O cão
Parecia epiléptico. Na verdade, não tinha era aprendido boas maneiras. Dobrava-se, estremelicava-se, parecia cachorro sarnento.
A personalidade era de cachorro também. Se bem que cachorro não tem nada com isso. Era cachorro do tipo demônio. O Cão.
Infernizava a vida de todos. Latia, estremelicava-se, achava-se. Achava-se o tal.
Em seu canil, queria que ganissem os outros. Ele uivava. Porque só
ali ele poderia uivar. Fora do canil, ele era apenas mais um dos que a
carrocinha fazia virar sabão.
Tinha que aproveitar seus tempos de cão mor, ou “submor”. Não duraria muito. O resto da vida seria correr da carrocinha.
Não pensem que vai virar cachorro-quente. Seu fim é a mais fedida das barras de sabão.
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