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segunda-feira, 21 de maio de 2012

O Presente Inesperado


— Tchau, Pedro e Feliz Aniversário novamente.
— Tchau, Parabéns!

  E assim se despediram vovó e Tio Eduardo, assim não sobrando, mas nenhum convidado.

 — Agora sim, vamos abrir os presentes! – Disse mamãe
 — Sim, Vamos! – Respondi.

  Fomos abrindo vários presentes, e como de costume a maioria eram roupas. Em meio a várias roupas, uma me chamou a atenção, era uma blusa de frio rosa com bolinhas brancas, que fora dada por tia Helena. Mamãe havia reparado em meu olhar de surpresa com aquela blusa.

 — O que foi? Não gostou da blusa? disse mamãe segurando a blusa em suas mãos

 Como não queria chateá-la ou me mostrar ingrato com o presente recebido pela tia Helena (a quem mamãe tanto gostava), disse:

 —Gostei Sim.  respondi tentando disfarçar o olhar de insatisfação.

 Mamãe pareceu convencida, e não insistiu. A verdade era que não tinha gostado nenhum pouco da blusa, mas pensei:

— ‘’Ah rapidinho dou um jeito, é só a deixar mofando no guarda – roupas que mamãe não vai perceber que não estou usando-a

 No dia seguinte, coloquei meu plano em prática, escondi direitinho a blusa de frio dentro do guarda-roupa. Porém, o que eu não sabia que mamãe arrumaria meu guarda-roupa neste dia.
— Já vou indo para a escola, tchau mãe!
— Tchau filho, cuidado!

 Assim fui à escola, estava um dia frio, e eu havia esquecido de levar  minha blusa de frio (a qual diferentemente, a dada por presente pela tia Helena , eu gostava muito) como estava sentindo muito frio decidi dar uma olhada na mochila , na esperança de achar a tal da blusa que eu tanto gostava. Mas, para minha surpresa ao abrir minha mochila, me deparo com aquela coisa rosa, era a blusa errada, tomei um susto, pois não sabia como aquilo havia parado ali. Acabei nem ligando muito, contando que ela ficasse ali escondidinha dentro da mochila ninguém iria ver. Pensei comigo mesmo.

 E fazia cada vez mais frio, mas eu dizia a mim mesmo:

— Por mais que faço frio, não vou vestir isso!

 As horas foram passando, pouco antes de acabar a aula, movido pela raiva (e com bastante frio) daquela blusa ter aparecido na minha mochila e de não ‘’poder usa-lá ‘’tomei uma atitude surpreendente, decidi pela segunda vez me livrar daquele presente indesejado, joguei-o, sem ninguém ver, debaixo de um armário que ficava no fundo da sala e o deixei lá.

 Os minutos iam passando pouco a pouco, e cada minuto eu me sentia mais arrependido por tal ato. Ao bater o sinal avisando o termino das aulas, resolvi pegar de volta a blusa, mas para minha surpresa ela não estava mais lá.


—Quem poderia ter pegado? Pensei comigo mesmo, enquanto procurava desesperadamente e sozinho na sala.

 Eis que escuto uma voz, me chamando fora da sala.

— Pedro, Pedro! Gritava Cecília.
—O que foi Cecília? Falei preocupadamente.
—Acho que você esqueceu algo. Cecília estava segurando a blusa.

 Nessa hora não sabia o que fazer, se assumia que a tal blusa era minha e passava vergonha na frente de Cecília, ou negava e continuava com o arrependimento de ter ‘’jogado fora’’ um presente que fora me dado com tanto carinho. Na hora a única coisa que consegui fazer foi ficar parado sem reação.

— Tenho certeza que é sua. Respondeu Cecília.
— C-c-certeza? Gaguejei.
— Sim, está escrito Pedro na etiqueta dela e como a achei debaixo do armário da nossa sala, só pode ser sua, você é o único Pedro que tem aqui nesta turma.
— Ah... Sim... É minha mesmo; Respondi envergonhado.
—Então é isso, já vou indo. Tchau Pedro!
—Obrigado, Tchau Cecília

 No caminho de volta para casa, estava fazendo bastante frio que já não estava dando para agüentar, não conseguia para de tremer. Foi quando pensei comigo mesmo:

—Quer saber? Não deve ser tão vergonhoso vestir esta blusa, pelo menos parece ser bastante quentinha...

 Vesti a blusa e fui seguindo o caminho de casa, quando cheguei lá perguntei mamãe como foi que a blusa foi parar na minha mochila.

 Ela me contou que havia lavado a minha outra blusa e achou a que eu tinha ganhado da tia Helena no guarda-roupa, enquanto arrumava-o e colocou-a em minha mochila, disse que não me avisou, pois eu havia dito que tinha gostado tanto da blusa, que tomou a liberdade de coloca-lá dentro da mochila e tomou liberdade também de colocar meu nome na etiqueta, pois sabia como eu era muito esquecido, e podia acabar perdendo a blusa e se alguém achasse saberia identificar de quem era. Mas logo perguntou:
 — Por que a pergunta filho? Algum problema?
—Não, problema nenhum mãe.

 Aprendi que deveria ter dito a verdade que não havia gostado da blusa desde o início, aprendi que não devo mentir. Mas decidi não contar a verdade a mamãe, pois não queria que ela pensasse que estava sendo ingrato, também acho que estou começando a gostar deste presente, afinal o que pode haver de mal em uma simples blusa de frio rosa?


                                                                             FIM. 
Conto produzido pelo aluno Hallyson Junio.

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